CURIOSIDADE

Técnicas nucleares para controle de populações de insetos

A Técnica do Inseto Estéril (T.I.E.) é um método para controle das populações de insetos indesejáveis. Ela pode ser utilizada em caso de insetos considerados pragas agrícolas, ou insetos vetores transmissores de doenças. 

Como funciona? Os insetos machos são submetidos a baixas doses de radiação para deixá-los estéreis. Os machos estéreis são devolvidos ao meio ambiente para competir com os machos selvagens. 

O processo é seguro? O processo de irradiação é realizado em laboratórios especiais e é absolutamente seguro para a população. Os insetos liberados não se tornam radioativos.

Quem já fez isso? A África o fez na década em 1994, para controlar a "Doença do Sono" que assolava humanos e animais. Trata-se de uma infecção parasitária transmitida pela mosca Tsé-Tsé infectada com o protozoário Trypanosoma brucei. Com o passar do tempo, a mosca tornou-se resistente aos inseticidas e produtos químicos e tornou-se difícil combatê-la! Em 1994 com a ajuda da Agência Internacional de Energia Atômica foi empregada a TIE para o combate à Tsé-Tsé no Zanzibar. Mais de 8 milhões de moscas macho foram irradiadas em laboratório e depois liberadas na ilha por aviões para competir com os machos selvagens. Com uma concorrência de 15 machos estéreis para 1 macho selvagem a população de moscas foi progressivamente diminuindo. Dois anos depois a incidência de casos de tripanossomíase nos animais diminuiu para um nível insignificante de menos de 0,1%.

E no Brasil? No Brasil foram iniciados estudos para diminuição das populações de Aedes aegypti, mosquito vetor transmissor da dengue, zika e chikungunya. É assim que as técnicas nucleares podem colaborar com a melhora da saúde da população: enviando mosquitos onde o ser humano não chega e usando o próprio inseto para diminuir sua população!